Ela sempre foi focada nos seus objetivos. Sim, sim. Focada demais. Tão focada que não importava o quanto aquilo fosse dificil ou o quanto demorasse... ela conseguiria aquilo porque ela queria aquilo. E quase sempre foi assim... Com muito trabalho duro e esforço ela conseguia o que queria. Ela se sentia segura sobre si mesma, ela era fechada no seu mundo. Ela não gostava de garotos que chegavam depressa, ela se assustava com aquilo. Ela gostava de garotos que chegassem amigavelmente, que não a sufocassem e a fizessem sentir segurança que a fizessem rir.
Ela tinha seus casos, mas nunca se interessava verdadeiramente por eles.
Ela até arranjou um namorado. Sim, sim! Um namorado que gostava dela, alguém que mandava flores e falava coisas lindas, que tinha um bom futuro. Mas o problema é que ela sempre foi racional demais, ou seja, ela nunca tinha tempo. Eles se viam muito pouco, mas ele dizia não se importar e ela achava aquilo ótimo.
Mas havia outro problema, ela gostava muito dos amigos. E ela queria sair com os amigos, mas tinha que ver o namorado. Ela se sentia muito culpada por fazê-lo esperar tanto por ela então ela muitas vezes deixava de sair com os amigos ( as pessoas com quem ela realmente queria estar) pra sair com ele ( que ela queria estar, mas não tanto). Com o tempo ele foi vendo que aquilo ficava cada vez mais dificil e que ele queria alguém mais presente ao seu lado, ela não sabia daquilo, mas desconfiava. Então um belo dia ela acabou com o namoro. Sim, sim, acabou. No começo ela achou estranho não se sentir tão triste, pq ela gostava dele. Ela sentia carinho por ele e talvez se ele tivesse insistido um pouco mais ela poderia chegar a se apaixonar por ele. Por quê não? Mas tudo acabou e ela não se descabelou ou sentiu dor alguma. Ela se perguntava se ela era um ser cruel e sem coração. Ela ficou um pouco triste pela situação, ela sentia a falta dele, mas não de um namorado. Ela sentia falta de ligar pra ele e ficar falando baboseiras. Ela sentia falta da amizade deles. Coisa que nunca veio a ser recuperada até hoje. Mas isso já é culpa dele porque ela tentou.
Depois disso ela resolveu que não iria mais namorar tão cedo, porque tudo que ela fazia era machucar o sentimento dos outros e ela tinha muitos objetivos e namorados atrapalhavam. Ela quer desvendar o mundo e ser boa naquilo que ela decidir fazer. Ela quer se estável e ter uma boa vida, quer poder ajudar os pais e a família. Quer poder ter a recompensa de todo trabalho que teve.
A vida seguiu e ela teve alguns casos, mas eles queriam algo sério. E ela já não queria, porque ela sabia como tudo iria terminar. Ela sabia como era e sabia que não gostava deles o suficiente pra assumir algo. Então ela dizia não. Sempre não. Então ela resolveu parar de ter o caso.
Ela parou e deciciu se dedicar muito a faculdade. Por que é isso que ela quer. Se dedicar e ser boa naquilo que ela espera fazer. Ela quer poder ajudar os outros e ver que ela faz a diferença. Que ela pode ser util.
Até um belo dia em que ela resolveu adicionar um amigo pra falar sobre os trotes da faculdade. E ela adicionou! O que ela não sabia é que não era o amigo dela que ela havia adicionado e sim um cara. Um rapaz. E ele veio e conversou com ela e ela conversou com ele, eles tinham muita sintonia. Ela sabia que era sempre assim, ela falava com muitas pessoas legais pela internet, mas nada que a prendesse por lá e que daqui a pouco tempo eles iam ficar sem assunto e eles iam seguir suas vidas. Mas eles foram descobrindo coisas em comum. Muitas coisas em comum.
E com alguns dias ela se via entrando na internet só pra falar com ele. Ela sabia que aquilo era loucura, ela se perguntava o que tava acontecendo. Por quê aquilo? E ela se sentia bem conversando com ele, porque ele era muito parecido com ela.
E ela começou a ver muitas qualidades nesse rapaz. Sim, sim, qualidades que ela procurava em alguém com quem ela quisesse ter alguma coisa. Mas pensar em ter alguma coisa era besteira pra ela. Ela não queria gostar de ninguém. Não queria se envolver com ninguém. Eles conversavam sobre muitas coisas. E ela se via cada vez mais envolvida por ele embora não deixasse isso transparecer.
Mas ela gostava de conversar com ele, gostava do sotaque mineiro americanizado que predomivana. Ela nunca gostou muito que a bajulassem demais. Ele a bajulava demais e ela não se importava. Ela gostava de ser bajulada por ele. Ela achava lindo quando ele fazia de tudo pra que eles ficassem mais próximos.
Ela gostava da coragem que ele tinha pra falar de sentimentos, ela o admirava por ele jpa ter amado alguém...coisa que ela não sabia se poderia sentir. Ela admirava a forma de como ele se intregava a uma paixão. Ele não tinha medo, ela tinha medo. Ela não gostava de sentir medo. E ele pediu o número do telefone dela. Ela ficou receosa. Acanhada. Mas se ele podia se render ao que estava acontecendo, porquê ela tbm não poderia? Ela deu o número.
E quando ele ligou o coração dela foi a mil. Ela estava muito nervosa, ela não sabia o que falar, mas ela queria que ele ligasse de novo. Sim, sim... ela queria que ele ligasse de novo.
O que mais uma vez era totalmente estranho porque quase nunca se sentia assim.
Eles conversavam e conversavam e ele fazia tudo parecer muito fácil, tudo muito simples. Ela sabia que não era simples, ela sabia que nada daquilo era simples. Mas ela se sentia muito bem com aquilo, ela se sentia bem com ele, ela desejou estar com ele.
O tempo passava e eles se falavam sempre. Ele sempre ligava. Ela sempre esperava as ligações dele. E ele dizia que ela era o que ele procurava. E ela sabia que ele é o que ela sempre quis, mas nunca disse isso. Era cedo demais pra ter certeza de qualquer.
Mas ela sabia que estava num caminho sem volta. Ela já estava gostando dele. Ela ja gostava da voz dele, já sentia falta da risada que ele dava.
Eles se viam pela web cam e ela achava incrivel o olhar que ele lançava pra ela. Ela se derretia pelo olhar dele. Ela adora aquele olhar. E se não fosse tão tola, seria capaz de olhar e olhar pra eles por horas. Se não fosse tão timida seria capaz de manter os olhos fixos nos dele. Ela não tem coragem pra disso, mas gostaria de ter.
Ela se sentia confusa. Muito confusa. Que loucura era aquela? O que estava acontecendo?
Ela sabia o que estava acontecendo. Ela tinha medo. Mas por quê não?
Por quê saber como é gostar de alguém? Por quê não se permitir sentir?
Então ela chutou o pau da barraca e se deixou sentir.
E ela viu que poderia se apaixonar. Ela se permitiu se apaixonar por ele e ele se permitiu apaixonar por ela.
Com o tempo algumas coisas mudaram, ele passou a ficar um pouco mais frio. Um pouco mais distante e a reprimir o que sentia. Ela não gostava disso.
Ele a fazia se sentir insegura. Ela odeia se sentir insegura e impotente.
Então ela começou a duvidar de tudo. E ele sempre dizendo que era besteira. E com as conversas ela via que era uma grande besteira mesmo. Ele gostava dela. Ela queria acreditar nisso.
Mas as vezes parecia tão dificil. Ela desejava que ele pudesse voltar a ser o mesmo de antes. O mesmo cara que não tinha medo de falar nem de se entregar àquilo.
Mas ela também sabia que aquilo podia ser o melhor.
Mas eles continuavam se falando e ele ainda fazia o coração dela enfartar cada vez que ele aparecia. E ele ainda dizia coisas bonitas e demonstrava ter um grande carinho por ela.
Ela entendia tudo isso, porque ele já havia amado alguém antes. Ele já teve o coração partido uma vez. Ela não. Ela partia corações, mas nunca partiram o seu.
Ela não pode negar que sente raiva das pessoas que quebraram o coração dele. Como alguém pode machuca-lo daquele jeito?
Ela sabia que ele tinha todo o direito de reprimir. Ele tem medo que aconteça a mesma coisa. Ela tbm teria, ela entende tudo isso. Ela procura ser a mais compreensiva que pode.
E muitas coisas aconteceram e eles ficavam sempre ligados.
Ele veio pro BR e ficou quase um mês aqui. Ela não pode ir vê-lo e se sentia muito mal com aquilo. Era torturante demais pra ela saber que eles estavam mais perto que nunca estiveram antes. Só que o avô dela morreu. O avô que ela conviveu a vida toda. O cara que praticamente a ensinou a falar. O patriarca da família. Ela sentia muito, muito. Ela nunca pensou que pudesse chorar tanto quanto ela chorou. Ela nunca pensa na morte das pessoas que ela ama, porque pra ela eles todos vão morrer só depois dela. Ela queria que fosse assim. Mas não foi. E ela sente muito a perda dele. Ela ainda chora pelo avô.
Com ele aqui ela fazia de tudo pra falar com ele. E ela gostava de ouvir a voz dele. Por que pela voz dele ela sabia que ele gostava dela. Ela sentia isso.
E ela tbm gostava quando ficavam em silencio... querendo dizer alguma coisa.
Ele voltou.
Voltou pra grande maçã e ela continuou aqui. E ela ficou muito feliz quando ele votou pq aí eles iam poder conversar. O que foi um pensando erroneo pq agora ele tinha aulas de vôo.
Ela ficava triste em não conversar muito com ele. Em não poder ter aqueles mesmos momentos de antigamente. Mas entendia, por que é o futuro dele, é a carreira dele. Ela faria a mesma coisa.
Mas mesmo assim... ela tentava não ficar crisando o tempo todo. Por que ela sabe que ele não gosta de crises nem de insegurança. Ela tenta e se esforça ao máximo pra isso. Mas chega a ser inevitável.
Ela crisou muitas e muitas vezes, a maioria deles ela nunca falou pra ele. Ela tenta manter a compostura e não criar mais problemas pra ele, porque ela sabe que ele pode ter muitos problemas e ela precisa ser compreensiva.
Ela entende que ele chegue morto e cansado todas as noites, mas ela tbm é um ser humano. Ela tbm é um pouco egoísta. Ela deseja que apareça só pra dizer que tá tudo bem e que sentiu a falta dela no tempo em que não se falavam. Ela não espera que ele apareça toda noite, ela nem precisa de horas de conversa. Ela só precisa saber que ele ainda gosta dela.
Ela espera que ele seja compreensivo com ela. Ela espera que ele entenda que ela está de férias, que não tem nada pra fazer o que faz com que ela pense. Pense demais. Pense demais em coisas. Pense demais neles. E isso faz com que ela passe horas na internet só pra esperar por ele. Ela odeia admitir que fica aqui por causa dele. E mais ainda, ela odeia esperar por ele e ele não aparecer, mas aí ela lembra que nem todo mundo tá com o tempo todo disponível que nem ela. Ela odeia se sentir insegura e impotente. Ela odeia questionar os sentimentos dele o tempo todo.
E ela sente medo. Medo porque as aulas dela vão começar. E ele não sabe, mas a rotina dela vai mudar. Ela tbm vai ficar sem tempo. Ela tbm vai chegar morta de cansada e procurar pela cama e dormir ou ela vai chegar cansada e lembrar de algum trabalho pra fazer e fará.
Ela sente medo que eles se deixem naturalmente, pq ela não acha que pode deixar de gostar dele tão cedo. Ela sabe que não vai deixar de gostar dele durante muito tempo. E ela se sente meio besta em gostar de alguém que ela nem sabe se ainda quer algo com ela.
Ela quer dizer a ele que sente medo, mas parece que nunca há tempo sufuciente pra isso. Por que eles não conversam mais tanto como antigamente. Ela não se sente mais tão companheira dele como antigamente. Ela sente que ele não deseja mais a companhia dela como antes, que ele não faz mais tanta questão de falar com ela. Ela não sabe se o humor dele ainda melhora quando ele fala com ela. Ela não sabe se ainda é agradável. Ela não sabe se ele pensa nela como antes... Se ainda pensa neles juntos. Se ele ainda quer isso...
E se ela não pode ser mais companheira dele...o que mais poderia ser? É tudo que ela pode oferecer... Bons momentos é tudo que eles têm.
Ela quer muito dizer tudo isso a ele, mas ela sente medo.
E ela gostaria que ele soubesse de tudo que se passa na cabeça frustrada dela.
E ela tbm gostaria que ele risse de todas essas besteiras e falasse pra ela o quanto ela é boba e que ainda pensa nela e que ele quer vê-la algum dia, que sente saudades e que tbm sente falta das suas conversas.
E mais que isso ela gostaria de saber o que está acontecendo, o que se passa na cabeça dele. Por que não saber o que ele pensa a enlouquece. :~
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